O advogado idealista nos filmes norte-americanos


No post anterior falamos sobre mais um personagem heróico nos cinemas. O advogado idealista, que faz de tudo para defender os direitos de um cliente. Para exemplificar esse personagem escolhemos o clássico O Sol é Para Todos (To Kill a Mockinbird).



(Trailer de O Sol é Para Todos - em inglês) 

Não podemos esquecer também dos advogados idealistas Jake Tyler Brigance, vivido por Mathew McConaughey, e Ellen Roark, representada por Sandra Bullock, no filme Tempo de Matar (A Time to Kill, 1996) que defendem um pai que faz justiça com as próprias mãos e enfrentam uma sociedade racista.

Mas será que os advogados se sentem heróis na vida real? Como é visto esse estereótipo  pelos profissionais da área?

O advogado Davi Lelis acredita que como qualquer outra profissão, a advocacia é movida pelo interesse financeiro devido à dinâmica social na qual vivemos, mas isso não impede o advogado de tentar melhorar a sociedade.

"Com um maior número de advogados idealistas, menor ficará a estigma do advogado como um profissional mesquinho que pensa apenas no interesse financeiro", disse. Davi afirma que ao se aproximar do significado de herói, o advogado estará ajudando a construir uma sociedade mais justa.

Nos filmes norte-americanos, a especialidade mais retratada é a do advogado criminalista, como percebemos no filme O Sol é Para Todos. O crime (ou a suspeita dele) provoca maior comoção nas pessoas e gera mais emoção na história.

Mas Davi Lelis lembra que o sistema jurídico norte-americano é diferente do brasileiro. Enquanto lá vigora o Common Law, no qual o direito é garantido no tribunal por meio da jurisprudência, aqui é adotado o sistema Romano-Germânico, caracterizado pelo direito escrito, com códigos e legislações. "Com certeza um filme brasileiro baseado em nossa dinâmica jurídica atual levaria a platéia ao tédio", ressaltou.

O advogado destaca ainda que os filmes O meu Primo Vinny, Advogado do Diabo e O Sol é Para Todos  representam os  diferentes estereótipos do profissional no cinema. Para ele, o advogado é retratado de acordo com o interesse em cada filme.


Para lembrar o Dia do Professor que é comemorado nesse mês, você acompanha, na próxima semana, a série sobre o estereótipo do professor nas telonas.



Samanta Nogueira

Read more

O maior herói


Na semana passada começamos a falar sobre o advogado no cinema. Hoje continuamos, mas vamos apresentar a outra faceta dessa profissão: o herói.

Em 2003, o AFI, American Film Institute (em inglês), elegeu os maiores vilões e heróis do cinema. E lá estava ele, o advogado, figurando no topo da lista dos mocinhos. O dono da façanha é Atticus Finch, personagem de Gregory Peck em O Sol é Para Todos (To Kill a Mockinbird, 1962). O filme é baseado no livro homônimo da escritora norte-americana Harper Lee (em inglês). Essa obra ganhou o Prêmio Pulitzer.

A história é contada por Jean Louise, filha do advogado Finch. Ela relembra um caso de sua infância que mudou a vida dela e da família.

Maycomb, Alabama. Em 1932, Tom Robinson, um negro, é acusado de estuprar uma jovem branca. Finch decide defendê-lo, mesmo com grande parte da cidade se voltando contra a decisão. A inocência de Robinson é evidente, o que não impede o preconceito e a hostilidade da população conservadora.

Peck ganhou o Oscar (em inglês) de melhor ator por sua atuação nesse filme. O personagem é visto como um exemplo de herói. Passou por cima do preconceito, expôs a família, perdeu o prestígio... Tudo em nome da verdade e da certeza de estar fazendo o correto. Mais. O advogado passa esses valores aos dois filhos, órfãos de mãe.

Na quinta-feira, você confere uma entrevista com um advogado. O que esse profissional acha desse estereótipo? Não perca o próximo post!

Boa sessão!

Fernanda Pônzio
Read more