Entrevista com professor Gabriel Pires


Ouça os trechos da entrevista com o professor Gabriel Pires, coordenador do Laboratório de Prática Jurídica do Departamento de Direito da Universidade Federal de Viçosa. Ele fala sobre o esteréotipo do advogado retratado no filme "O Mentiroso", sobre formação ética e vaidade.

O filme "O Mentiroso" (Liar Liar, EUA, 1996/97) do diretor Tom Shadyac, conta a história de um advogado vivido por Jim Carrey que usa a mentira como instrumento principal de seu trabalho. Seu filho, cansado de suas mentiras, deseja em seu aniversário que o pai não possa mentir por um dia. Assim, o personagem se atrapalha e acaba revelando seu verdadeiro caráter.





Na próxima segunda-feira você confere outro estereótipo do advogado: o idealista. O filme que será analisado é "O sol é para todos" (To Kill a Mockingbird, EUA, 1962) do diretor Robert Mulligan. Boa sessão!



Pedro Ivo e Titina Cardoso
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O advogado e os dois lados da mentira


O profissional desta semana aqui no blog é o advogado. O filme que escolhemos para tratar desta profissão é "O Mentiroso" (Liar Liar, EUA, 1996/97) do diretor Tom Shadyac. Na trama, o advogado Fletcher Reede (Jim Carrey) usa a mentira como principal ferramenta em sua profissão. Fletcher se depara com uma situação complicada depois que seu filho deseja em seu aniversário que o pai não possa mentir por 24 horas. O advogado passa por um dia difícil, ainda mais, quando tem que defender uma mulher no tribunal que trai o marido e quer se separar dele. Sem poder mentir o personagem vivido por Jim Carrey acaba mostrando seu verdadeiro caráter para seus colegas de trabalho, amigos e até o filho.


(Trailer oficial do filme O mentiroso - em inglês)

O diretor Tom Shadyac fez vários filmes de sucesso e realizou outras parcerias bem-sucedidas com o ator Jim Carrey.

O estereótipo de advogado mentiroso mostrado no filme foi o assunto do bate-papo que o Profissão em cena teve com o professor Gabriel Pires, coordenador do Laboratório de Prática Jurídica do Departamento de Direito da Universidade Federal de Viçosa. Na entrevista, Gabriel Pires fala, que no caso do estereótipo do advogado "malandro" apresentado no filme O Mentiroso, "o cinema incorporou a prática social".

Para o professor, a utilização de meios condenáveis, como a mentira, podem demostrar "desespero" para conseguir um espaço no mercado. Em outros casos é uma situação de vaidade. Mas ressalta que este tipo de advogado não é regra. Gabriel, ainda acrescenta que, muitas vezes, "é o próprio cliente que cobra uma postura pouco ética do advogado" na vontade de alcançar um resultado favorável a qualquer preço. Ele aproveita e destaca o papel da universidade na formação ética dos estudantes. Ele acredita que "hoje nós vivenciamos uma fase de banalização dos cursos de direito".

O professor assume que já mentiu, mas considera que existem dois tipos de mentira: a boa e a ruim. Para Gabriel, a "mentira" no direito é necessária para que este evolua, pois uma coisa que é condenável hoje pode não ser amanhã. Mas quando se refere a uma mentira, faz questão de destacar que tudo deve ser feito no "limite da lei". Para saber se uma mentira é boa ou ruim, Gabriel tem um critério: se causar prejuízo a alguém, a mentira é ruim, se não, nem faz mal.

No próximo post, quinta-feira, você confere um podcast com os melhores trechos da entrevista com o professor Gabriel Pires.


Pedro Ivo e Titina Cardoso
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